Análise de Ricardo Rosado sobre as mudanças de rumo de Micarla de Sousa. Suas análises têm uma simplicidade incrível e, em minha opinião, precisas.
A liturgia prossegue
Outros palanques
A frase seria mais confiável se fosse “em 2010 estarei com quem esteve comigo na eleição”. Mas deixa pra lá. É a liturgia em andamento. Já não pode afirmar mais isso.
E a Prefeita prossegue: “Dá para ver a parceria administrativa existente entre o governo federal e a prefeitura. Se isso vai se transformar em parceria política para 2010, não sei. Mas é certo que estarei no palanque de quem estiver ajudando a minha cidade”.
Esta é a fase da passagem chamada “fingir para os dois”.
A metamorfose lenta, segura e gradual é típica da fase atual.
A explosão do casulo é mais na frente.
As borboletas são assim mesmo, senador José Agripino(DEM-RN). O seu mandato pode ajudar Natal. Mas o senhor está na oposição ao governo federal e ao governo estadual.
A capacidade de ajudar fica bastante reduzida.
Lá na frente a frase será assim: “fiquei com quem ajudou mais a minha cidade”.
Ou esta: “Votei em Paulo Vagner para Senador por que era o candidato do meu partido”.
A Prefeita Micarla de Souza já aderiu ao Governo Federal e ao Governo do Estado. Somente seus assessores, alguns bobalhões que lotam a caixa postal de mensagens igualmente bobalhonas, acham que foram o Governo Federal e o Governo do Estado que aderiram a Micarla.
Quem há menos de um ano ela chamava de integrantes de um acordão, hoje são correligionários. O que ela não sabia era que, pelo cerimonial, teria que passar antes pela deputada Fátima Bezerra (PT-RN), sua adversária direta na luta de 2008.
E até humilhar-se, pateticamente, pra fazer uma festa, por causa de uma emenda parlamentar de 120 mil reais, para uma praça perdida em um lugar qualquer da cidade.
Foi de propósito. É o pedágio que precisa cumprir antes de aceitarem totalmente a sua desesperada adesão. Afinal, segundo a própria Prefeita, “ninguém governa com inimigos”.
Com isso não estou dizendo que a Prefeita está certa ou errada. Essa parte não é ela quem decide. É a liturgia. Serão cumpridos os prazos, as passagens, os “entretantos” e os “finalmentes“.
A reciprocidade, deixam pra depois. Fica feio agora. Pode parecer barganha por que vão tentar salvar a administração dela. Mas, para usar o antigo slogan: “É Vilma costurando e Dilma dando o nó”.
Posted on 11/08/2009
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