Falam do português mas não sabem ler

Posted on 17/05/2011

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É de causar perplexidade a polêmica sobre o livro “Por um mundo melhor” e tal perplexidade se amplia se alguém se dá ao trabalho de ler ao menos um trecho da publicação.  Pode ser a que foi explorada pelo PIG esta semana.  Ela fala por si.  Não é preciso mais comentários ou audiências públicas, como o sempre reprovado no teste de qualidade do CQC, Rogério Marinho (PSDB), quer propor:

Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado.

Você acha que o autor dessa frase se refere a um livro ou a mais de um livro? Vejamos:

O fato de haver a palavra os (plural) indica que se trata de mais de um livro. Na variedade popular, basta que esse primeiro termo esteja no plu- ral para indicar mais de um referente. Reescrevendo a frase no padrão da norma culta, teremos:

Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro?’.”

Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião.  (grifo meu).

Fim de assunto.  A propósito: antes de defender a norma padrão como a verdade e o acerto, é bom se tornar um leitor mais proeficiente.

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