É de causar perplexidade a polêmica sobre o livro “Por um mundo melhor” e tal perplexidade se amplia se alguém se dá ao trabalho de ler ao menos um trecho da publicação. Pode ser a que foi explorada pelo PIG esta semana. Ela fala por si. Não é preciso mais comentários ou audiências públicas, como o sempre reprovado no teste de qualidade do CQC, Rogério Marinho (PSDB), quer propor:
Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado.
Você acha que o autor dessa frase se refere a um livro ou a mais de um livro? Vejamos:
O fato de haver a palavra os (plural) indica que se trata de mais de um livro. Na variedade popular, basta que esse primeiro termo esteja no plu- ral para indicar mais de um referente. Reescrevendo a frase no padrão da norma culta, teremos:
Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro?’.”
Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião. (grifo meu).
Fim de assunto. A propósito: antes de defender a norma padrão como a verdade e o acerto, é bom se tornar um leitor mais proeficiente.
Vitorsic
18/05/2011
Ótimo texto.
Como te disse, norma culta não é a verdade. Mas é necessário conhecer sim para se ler e criar interpretações de um texto.
Conhecer a norma culta é conhecer a história da nossa Língua. Posso dizer também que conhecê-la é criar um laço mais profundo com a nossa identidade.
É verdade que os outros registros também são importantes, tanto quanto a NP, são eles os registros que vem de círculos sociais (família, amigos), que tornam a Língua mais acessível, mais igual. No entanto, infelizmente, só com o registro informal, o pobre não deixa de ser pobre, porque até a fala te insere em um contexto social, a não ser que você já faça parte de algum mecanismo do Poder, e mesmo assim, a exemplo do ex gari Negro Jobs que se tornou deputado aqui em Goiás, tem que aprender a ler e a escrever. (e olha que quem via Negro Jobs falando na época de gari, jamais diria que era a mesma pessoa falando como deputado)
Mas entenda como comentário de um ex estudante de colégio público, permitir um erro desses é afirmar e reafirmar a condição estúpida da educação no Brasil. Falamos de um livro sim, mas a questão é mais que a política atual. Há anos é assim. Já tive livros com erros mais esdrúxulos. E tive excelentes professores que me ensinaram a Norma Culta.
Não há problema não saber, até por essa questão social, o que pega mesmo é incentivar o não saber.
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danieldantas79
18/05/2011
Concordo em boa parte com o que vc disse. Uma das coisas que não posso concordar é chamar isso de erro.
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